estagio
Guareschi situa-se no segundo time, com a vantagem de ser um profundo conhecedor da matéria que trata e excelente educador, que nos ajuda a refletir e questionar o que somos, o que fazemos e a conjuntura que nos cerca. Seu olho crítico resgata-nos das mistifica- ções ideológicas, tão bem explicitadas no cap. 11, e suas análises nos desafiam ao engajamento transformador da realidade.
Psicologia Social Crítica é uma obra que poderia ser intitulada
Manual de sobrevivência neste mundo globocolonizado. A teoria literá- ria ensina que tanto melhor se compreende um texto quanto mais se conhece o contexto em que ele foi produzido. E daí tira-se o pretexto, ou seja, o sentido, o significado. Assim, um alemão tem mais chances de entender melhor as obras de Goethe que um brasileiro. Este, porém, terá óbvias vantagens na leitura de Guimarães Rosa ou de Jorge
Amado. É essa contextualização que o autor nos oferece neste livro, permitindo-nos conhecer melhor o momento histórico em que vivemos e quais os desafios e as alternativas que se nos apresentam.
Numa linguagem sucinta e cristalina, Guareschi analisa as três cosmovisões predominantes em nossos tempos: o liberalismo individualista; o totalitarismo coletivista; e o comunitarismo social. Este último, que também pode ser qualificado de socialismo personalizante, ainda constitui uma utopia e, no entanto, como horizonte próximoquando, saídos do século 20 que nos fez provar os dois primeiros, acreditamos que um outro mundo é possível.
Poder, comunicação, cultura e ética são outros temas abordados pelo autor e, ainda que intitulem capítulos separados, perpassam todas as páginas desta obra. E ele nos receita um bom método para saber se somos racistas ou machistas: basta