Escrita Sertaneja
Desde fins da década de 1980, revigoraram-se no Brasil os estudos histórico- diacrônicos sobre a língua portuguesa como o propósito de buscar a sua identidade linguística. Para a linguística histórica, tem relevância o material linguístico de quem não possui maior domínio das habilidades de escrita: como tais textos refletem uma escrita “menos cuidada, é possível encontrar neles fenômenos de variação não referendados pela norma culta da época, mas que já indicam processos de mudança do português brasileiro.
Definição dos termos
O fenômeno literário se apresenta por variados motivos, o mais plausível é que as histórias orais se vinculam à escrita para garantir cada vez mais sua eternidade perante as novas gerações, uma vez que a oralidade, aquela ao pé da fogueira nas noites de lua, do fogão à lenha, do alpendre da casa do campo, se caracterizam como estórias de trancoso. Aquela descontraída e espontânea, na contemporaneidade, com o advento das tecnologias de comunicação e interação, vem sofrendo processo de desvalorização, sobretudo nas grandes cidades e pela falta de valorização de sua escrita.
Diacrônico
Observa as mudanças que a língua sofre com o decorrer do tempo. A sua tarefa básica é explicar estados anteriores não simplesmente para apreender ou recolher informações de ordem cultural, mas principalmente para melhor compreender as relações, ou seja, a estruturação do sistema atual. Não se trata propriamente de descobrir como a língua funciona através dos tempos, mas descrever estados sucessivos, compará-los e verificar como a língua chegou a ser o que é e qual a sua deriva ou traços básicos de sua evolução. Na escrita sertaneja um material que é um sonho de consumo para os linguísticos históricos é as cartas antigas dos sertanejos menos escolarizados.
Antigamente não era possível contar com o uso de um gravador para uma entrevista, o melhor registro para eles eram as cartas dos sertanejos pouco escolarizados, pois