Escola e Currículo

Os complicadores sociais que tornam o currículo manipulador de determinantes sociais e políticos são inúmeros. Desde o conjunto de valores que norteiam nossa sociedade atual, como diversão excessiva e capitalismo, que geram desinteresse pela educação. Até questões culturais que não permitem que o currículo seja mais flexível. O resultado são currículos muito extensos que não permitem que os professores utilizem de metodologias criativas e ativas, impossibilitando que o aluno tenha o lugar central e seja atuante no seu aprendizado. A necessidade de cumprir os programas não possibilita ao professor de utilizar suas próprias experiências. É um currículo individualista que limita a ação de aluno e professor. Repetem-se os conteúdos, levando ao desinteresse pelas matérias. Os currículos apenas são repensados em função do progresso científico e tecnológico, consequentemente complexificam-se cada vez mais, sem que nos perguntemos pelos processos humanos regressivos que acontecem na sociedade e que precarizam a vida dos educandos. As exigências curriculares e as condições que garantem o direito à educação e ao conhecimento cada vez se distanciam mais, pela precarização da vida dos setores populares.Na questão cultural, as diferenças curriculares que são mais profundas marcam sempre a separação entre a “escola para os pobres” e “a escola para as elites”.Percebe-se então que o currículo acaba não se adaptando as realidades e características individuais dos alunos e diferentes contextos sociais que emergem. Sendo assim, os grupos sociais favorecidos tendem a valorizar o trabalho escolar, enquanto que os grupos desfavorecidos tendem a não valorizar, isto porque as famílias menos favorecidas não conseguem proporcionar as condições para o pleno desenvolvimento das capacidades da criança, então surge a falta de interesse e motivação escolar. O currículo esta no controle do Estado. Desta maneira, a realidade das regiões e culturas difere, mas o currículo continua sem diferença.