Epistolografia

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS

LITERATURA LATINA: EPISTOLOGRAFIA (FLC1454)

Trabalho Final

6. Discorra sobre o pedido feito por Cícero ao historiador Luceio em Ad familiares, V, 12, tendo em vista a concepção teórica de historiografia que se pode extrair da passagem 51-64 do livro II do De oratore. Relacione essa peça da correspondência ciceroniana àquilo que se pode ler nas cartas Ad Att. II, 14 e Ad fam. II, 4.

O tratado De oratore foi construído em forma de um diálogo, onde os participantes são: Crasso, Marco Antônio, P. Sulpício Rufo, C. Aurélio Cota. O estudioso de direito Q. Múcio Cévola participa somente do livro I, e os personagens Q. Lutácio Cátulo e seu meio irmão C. Júlio César Estrabão são inseridos nos livros II e III. No início do trecho analisado (De oratore, II.51), Antônio traz o tema história à sua argumentação através de uma pergunta a Cátulo. A resposta de Cátulo a Antônio, compara os historiadores gregos com os romanos, onde para escrever história como os romanos, não é necessário ser um grande orador, basta não ser mentiroso. Porém para escrever como os historiadores gregos, é necessário um grande orador, afirmando assim a superioridade dos gregos no que diz respeito a elocução. Marco Antônio concorda com Cátulo, mas diz também que não são somente os historiadores latinos que escrevem história sem quase nenhuma preocupação com a elocução, também os gregos tiveram, no início, historiadores que negligenciavam a mesma. Em II. 55-58, Marco Antônio fornece sua explicação para o fato de não haver história em latim, fazendo uma espécie de catálogo dos historiadores gregos e concluindo que todos eles sabiam trabalhar com os recursos mas nunca praticaram o gênero judiciário, permaneceram distantes dos tribunais. Já entre os romanos os homens eloquentes desejavam brilhar somente nas causas do fórum. Sendo