Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores

Ensino de História e formação de professores: narrativas de educadores Memória e narrativa historiográfica
Rejeitamos a concepção de que história e memória são a mesma coisa e também nos distanciamos daqueles que as percebem como opostas. Concebemos, com base em estudos de Paul Ricoeur, a relação da história e da memória numa perspectiva dialógica.
Existe uma clivagem entre viver e narrar, entre o passado e a história. É através da narrativa que o tempo e os acontecimentos são ordenados, que a escrita da história se torna inteligível. A historiografia passa a evidenciar o caráter hermenêutico da história, a valorizar questões de âmbito subjetivo e reflexivo relativas ao sujeito histórico, que fora esquecido, muitas vezes, da memória pública. Portanto, a memória não é só um objeto da história, deve ser analisada como um fenômeno social.
A história oral foi introduzida no Brasil nos anos 1970, mas foi apenas na década de 1990 que se expandiu, quer como metodologia, quer como técnica ou fonte. Na educação, a modalidade de história oral de vida, buscando as experiências e trajetórias de professores, tem sido bastante empregada. Trajetórias do ensino de história e da formação de professores
Os paradigmas que permeiam as discussões atuais em torno da formação de professores estão anunciados em diversas políticas públicas ao longo da história da formação de professores no Brasil.
No Brasil, a realidade é que a área de atuação profissional para os historiadores é a educação. Assim, cabe-nos perguntar: como os professores narram e produzem sentido acerca da formação para docência que têm. O processo de formação permanente do professor, sempre inacabado, construído ao longo da trajetória pessoal e profissional, é complexo. Nele se pretende encontrar respostas para os desafios do trabalho docente.
A trajetória profissional resulta de experiências vividas na formação inicial, relativas às teorias, práticas pedagógicas, saberes docentes, influência