Ensilagem

Ensilagem : processo fermentativo de conservação de forrageiras

A conservação de alimentos através da ensilagem é uma técnica bastante antiga, sendo utilizada há pelo menos dois mil anos. Diferencia-se da fenação, porque nesta anula-se a fermentação por meio da secagem.
Na ensilagem, entretanto, utiliza-se o processo de fermentação para conservação da forragem.

A forragem ensilada passa por vários e complexos processos bioquímicos e microbiológicos, comumente chamados de fermentação. As plantas, depois de colhidas e picadas ainda possuem células vivas que continuam respirando, consumindo oxigênio e carboidratos.

As maiores mudanças, durante o processo de fermentação, ocorrem com os carboidratos solúveis, produzindo ácidos orgânicos e álcool. A fase chamada de aeróbica se caracteriza pela presença de oxigênio junto à massa picada, ocorrendo então a respiração que utiliza o oxigênio do ar e os carboidratos solúveis presentes na massa, produzindo gás carbônico, água e gerando calor. Este processo representa perda de matéria seca, na forma de açúcares ricos em energia, que poderia ser usada pelas bactérias produtoras de ácido lático ou pelos animais como fonte de energia. A elevação da temperatura pode comprometer a integridade e disponibilidade da proteína da forragem.

A fase anaeróbica inicia-se logo após a expulsão do oxigênio, havendo um rápido crescimento dos microrganismos anaeróbicos principalmente as enterobactérias produtoras de ácido acético e diversos tipos de bactérias heterofermentativas tolerantes ao ácido acético e ao calor remanescente da respiração da fase anterior. Há, então, produção de ácido lático e etanol e o pH cai abaixo de 5. A partir deste ponto, aumenta a população de bactérias produtoras de ácido lático, fazendo com que o pH diminua rapidamente para valores abaixo de 4. Gradativamente, a população destas bactérias cai e o processo de fermentação finaliza, garantindo a conservação do alimento até que o silo seja aberto, voltando