Eniac

As cadeiras viajantes

Tati, Audi, Olfi, Palá e Visu, ainda não restabelecidos do susto, foram para a frente e esperaram em pé, diante da classe, como se não tivessem ainda compreendido bem o que se esperava deles. Pacientemente, Carol pediu que se sentassem nas cadeiras viajantes e ficassem de mãos dadas. Explicou que, quando ouvissem Alex dizer “Já”, soltariam as mãos e a viagem começaria. Os cinco sentaram-se, deram-se as mãos com visível relutância e aguardaram o sinal de Alex para fazer não sabiam bem o quê. Nenhum deles conseguira planejar nada. Não sabiam para onde iriam, não haviam pensado em recursos e não tinham motivo nenhum para viajar. Quando as mãos se uniram, sentiram um arrepio, uma espécie de eletricidade circulante, uma sensação estranha que não souberam explicar. Ao ouvir o sinal de Alex, soltaram as e obedientemente continuaram de olhos fechados. A viagem começara. Estou sozinho. Que bom! Cada um por si! Pensou Visu, lembrando que o protocolo dizia que a viagem deveria começar sem nenhum acompanhante. Agora é só ficar quietinho aqui e esperar o sinal de que a viagem terminou. Abriu lentamente os olhos e percebeu que estava num cômodo circular muito alto, iluminado por uma luz difusa que penetrava por buraquinhos abertos na parede. Que agradável! Poderia ficar aqui por muito tempo! Tati parecia sonhar, pensava que não se levantara ainda, que estava debaixo da coberta macia e suave de sua cama. A sensação continuou quando abriu os olhos e viu que estava num cômodo circular muito alto com paredes acolchoadas. Era muito bom aquele lugar. Poderia ficar AL por muito tempo. Palá não estendia direito como fora parar naquele cômodo circular tão alto. Sentiu fome, lembrou-se da refeição que sua mãe lhe preparava toda manhã. Pensou que devia ter comido mais uma fatia de pão de leite. Foi quando avistou no chão uma bandeja com fatias de pão com pouca margarina sem sal. Foi só esticar as mãos para pegar o pão. Começou a mastigar bem