Emoção e repressão psico
“Um dos traços mais pronunciados da vida moderna é a repressão das emoções”
(E. R. Mowrer)
Em psiquiatria, a palavra emoção é uma designação genérica que engloba o sentir (afeto) e a expressão, física involuntária, desse sentimento. É, pois, um fenômeno que se passa ao mesmo tempo na psique e na soma ou, se preferirem, na mente e no corpo. Embora se trate de um fenômeno simultâneo – corpo/espírito -, é na expressão física que reside sua essência.
Para Watson, as emoções básicas seriam três: medo, ira e amor. Delas derivariam todas as outras. Assim, o ódio, a vingança, o ciúme, a inveja e o desprezo, se relacionariam com a ira. O espanto, a ansiedade, a aflição, o pesar, o sobressalto e a intranquilidade estariam relacionados com o medo. A piedade, a tristeza, a afeição, a alegria, o entusiasmo, a excitação sexual, por fim, derivariam de e estariam relacionados com o amor.
A cada uma dessas emoções corresponde – ou deveriam corresponder – um determinado tipo de resposta corporal. Esta é mediada fundamentalmente pelo sistema nervoso autônomo (SMA – ver Capitulo II) e, como tal, independente da nossa vontade. O desencadear doa processos emocionais aproxima-se, pois, do conceito do mecanismo do estress, conforme explicado no cap. II.
Assim, todas as situações citadas – medo, ira ou amor e suas correlatas – são encaradas por nosso organismo como uma situação anormal, de desequilíbrio e, portanto, “estressante”. Verifica-se assim toda sua agitação interna, toda preparação do corpo para sua descarga, preparação que, segundo já vimos, depende do SMA e de suas ligações com sistema endócrino (as glândulas). Ora, se essa preparação não tiver seu desaguadouro natural na movimentação dos músculos que dependem de nossa vontade (ditos voluntários), ela se descarregara naqueles sobre os quais não temos controle, ou seja: estômago, intestino, coração e vasos sanguíneos.
É evidente, então, que a repressão das emoções, seja qual for, e tremendamente maléfica