Educação Financeira

tica comea na infncia Nossas crianas so o prefcio de um futuro melhor e sustentvel e tm o poder de reiventar as relaes de consumo Por Las Fontenelle Pereira, mestre em Psicologia pela PUC-Rio, autora de livros infantis, especialista no tema criana, consumo e mdia e psicloga do Instituo Alana Como consumir de forma mais consciente e crtica se, desde a infncia, somos bombardeados por mensagens mercadolgicas que nos convidam a consumir sem reflexo, vendendo a falsa idia de incluso social a partir da posse de bens materiais Solucionar essa equao talvez seja um dos maiores desafios que a contemporaneidade nos reserva. No podemos negar que o consumo necessrio em nossas vidas e um fator importante para o desenvolvimento econmico, pois, alm de aquecer o mercado, gera renda e empregos. J quando recebe o sufixo ismo, o consumo transforma-se em consumismo e pode virar oneomania, compulso por comprar. Porm, hoje o consumismo no tido como doena, e sim como um hbito e ume estilo de vida marcante em nossa sociedade. A cultura do consumo, na qual estamos todos inseridos, mercantilizou muitas dimenses sociais. O consumo transformou-se em passaporte para obteno de cidadania, proporcionando ao sujeito visibilidade social. A cidadania como dimenso de pertencimento e acolhimento dentro de uma comunidade est hoje mediada pelo mercado. Bens e servios funcionam como ingressos sociais. Assim, ter e ostentar determinado carro ou usar uma marca de roupa especfica pode me abrir ou fechar portas socialmente. E a criana no fica de fora dessa lgica, pois j nasce no contexto dessa cultura. As expectativas em torno do seu nascimento tm lugar de destaque na sociedade de consumo. Desde a escolha do nome e, principalmente, dos objetos da criana que est por vir, vai-se circunscrevendo o lugar social a partir do qual se constituiro a identidade e os valores dessa criana. Mais do que um hbito, o consumismo hoje gera valor ao indviduo. E a vale a reflexo que valores so esses que estamos