editorial
O amor se apresenta na poesia, na prosa, na música, no teatro, no cinema. Em sua forma mais pura (talvez mais inocente), o amor se expressa mais curto, porém mais ardente: a paixão. O momento da curiosidade, da descoberta do outro e, até mesmo, de si próprio. "As paixões são os ventos que enfunam as velas dos barcos, elas fazem-nos naufragar, por vezes, mas sem elas, eles não poderiam singrar", dizia Voltaire.
Segundo Orson Welles, "o cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho". Diante de um filme flutuamos e permitimos que a história, a câmera, a fotografia, a narrativa, o roteiro, os atores, o diretor e tantos outros elementos prendam a nossa existência a partir do momento em que a luz se apaga.
A arte foi feita para ser sentida, para não morrermos da verdade. Um filme é feito para atrair, para encantar, para apaixonar. Toda a forma de arte é uma tentativa para racionalizar um conflito de emoções. O filme é projetado na tela grande. Nós, então, nos projetamos no filme. Para conseguir a experiência plena, precisamos nos esforçar. Refletir sobre o argumento que está sendo apresentado, projetar à vida do que está sendo “manipulado” e deixar ser conduzido e “lavado” mentalmente. O talento desenvolve-se no amor que pomos no que fazemos.
Nesta edição da Cineacademia, trataremos de temas diversos. Literatura, videogame e HQs na tela grande. De webdocumentários, expressionismo alemão, o impacto da indústria cinematográfica na infância e o crescimento do cinema brasileiro. E o amor? Fica na expectativa de que algum texto possa lhe apaixonar e fazer com que ame ainda mais a sétima arte.
Por fim, um devaneio, um desabafo, uma homenagem: “Quem pagará o enterro e as flores, se eu me morrer de amores?”