Domingo de ramos no santuário de são severino
Nada de conclusivo se sabe a respeito da imagem do santo milagroso, nem da sua origem, tampouco da sua chegada ao Engenho Ramos. Diz a tradição local que uma das proprietárias do Engenho tinha um filho sacerdote, e este, indo à Europa, de lá trouxe a imagem como presente à genitora. Perdida a identidade do santo, a piedade popular tratou de escolher o Domingo de Ramos como o dia de maiores festejos em louvor a São Severino, possivelmente por ser ele do [engenho] Ramos. Neste dia de maior festejo a multidão costuma ser estimada em 30 mil pessoas.
A cerimônia religiosa mais propriamente dita geralmente se restringe a uma missa. (Foto 2). Não há procissão, e, segundo observa a pesquisadora Maria Ângela Vilhena, aos guardiões e aos devotos parece ser inaceitável aos santos a reclusão a que são submetidos. Daí a necessidade das procissões, momento em que se expõem, são festejados, reverenciados e aplaudidos. Talvez seja por isso que os romeiros providenciam a solidariedade dos outros santos para que compareçam à festa, mesmo daqueles ainda não canônicos, tais como Frei Damião e Padre Cícero. Raro é o ônibus que não exibe uma imagem desses ‘visitantes’ que ocupam um lugar bastante privilegiado: logo à frente, ladeando o motorista, como se fora ele o real condutor dos viajantes. Alguns representados através de uma simples estampa, já outros têm suas imagens adornadas de tal forma que parecem prontos para sair em um andor. (Foto 3)
Finda a missa, diversos romeiros iniciam sua viagem de volta,