Dois mitos do Brasil

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DOIS MITOS DO BRASIL

Um filme de horror de Hollywood, intitulado Turistas (2006), dirigido por John Stockwell, conta a história de oito mochileiros americanos que vão ao Rio de Janeiro de férias e são sequestrados, drogados e têm seus rins removidos e vendidos. Compreensivelmente, a Riotur ficou preocupada ao saber desse filme, assim como ficou preocupada com um episódio da série de Os Simpsons, Blame is on Lisa (Culpem Lisa disso), mostrado na televisão em 2002, em que turistas americanos eram sequestrados por um motorista de táxi, surrados por uma guangue de pivetes e atacados por macacos na praia. Naquela ocasião, o presidente Fernando Henrique exigiu um pedido de desculpas, enquanto o órgão municipal de turismo ameaçou processar os produtores de Os Simpsons. Nessa segunda ocasião, mais construtivamente do que da vez anterior, a Riotur prometeu recorrer a uma agência de publicidade a fim de melhorar a imagem da cidade.
Do ponto de vista de um historiador cultural, por outro lado, esses são apenas os últimos episódios numa sequência muito longa de encenações de mitos ou imagens estereotipadas do Brasil. Mais exatamente, o que observamos é uma longa série de avatares dos mesmos mitos, em outras palavras, histórias que se não são falsas, são exageradas. Nessas histórias, os protagonistas são agigantados, para melhor ou para pior. Pois seria impossível dizer que existem dois mitos principais em circulação no Brasil: as imagens complementares, mas opostas, de Paraíso e Inferno.
A história inicial do mito no Brasil como Paraíso foi contada por Sérgio Buarque de Holanda, cujo livro brilhante Visão do Paraíso: os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil (1958) está completando 50 anos. No curso de sua história mais recente, o mito assumiu uma variedade de formas. Uma é a terra da ‘democracia racial’ descrita por Gilberto Freyre nos anos 1930 e 1940 e apoiada por negros

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