ditadura da alegria

542 palavras 3 páginas
DITADURA DA ALEGRIA
Recentemente, a psicologia – algo em que eu nunca confiei muito – ajudou-me a entender a simples e óbvia constatação de quatro temperamentos básicos no ser humano: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático.
Aos olhos e ouvidos da conceituária (?) popular do Brasil, é difícil dizer o que somos, mas, com certeza não devemos ser “melancólicos”. Porque parece que é proibido ser melancólico. Você tem de ser alegre, nem que seja a porrada. Ter um temperamento melancólico é algo que não deve ser comentado com ninguém. Pesa contra você.
Gente melancólica é mal vista; “baixo astral”.
O que eu vejo é que em nosso país parece reinar uma ditadura da alegria. Parece que se você não demonstra ser uma pessoa alegre, você não é uma boa pessoa. Você tem que rir; sorrir não basta...
Melancolia é pra gente que mora em país sem sol, é para os insulares do Velho Mundo, para os gélidos habitantes dos países setentrionais... Gringo é “frio”...
Mas há em todos os temperamentos humanos (dentro da dualidade sempre esperada dos conceitos), o lado positivo e o lado negativo de cada um. E um aspecto sobressai dos melancólicos: os melancólicos são as pessoas mais empáticas em relação outros (além de um psicólogo afirmar que este temperamento é o “mais rico”). Pode-se pensar que o melancólico, muitas vezes retraído, é um ego - ista. Mas não. O melancólico entende mais a dor do outro do que os representantes dos outros temperamentos. Por isso, aos olhos do melancólico torna-se difícil ser feliz com tanta tristeza alheia. Ser feliz é que parece uma atitude egoísta.
E muitas vezes parece que as pessoas que tanto riem, gargalham histrionicamente são as que mais escondem problemas íntimos, muitas vezes, profundos problemas íntimos. E, por trás do riso solto, muitas vezes, profunda depressão. Por isso a felicidade completa parece impossível aos olhos e ouvidos do melancólico. Ele simpatiza com a dor alheia.
Sempre que posso vejo um vídeo da Freiburger Orkestra, da

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