dissertação

A projeção das ilhas artificiais de Dubai (Emirados Arabes) teve início em 2001, com a "Palm Jumirah". Durante a construção desta ilha em forma de palmeira com 17 copas, toda a areia da estrutura foi dragada do leito marinho e o processo envolveu inúmeros especialistas e instrumentos tecnológicos, como o GPS. Atualmente, questiona-se o impacto possivelmente negativo gerado por Jumirah no ecossistema, relevo e até mesmo economia local, apesar dos contra-argumentos da desenvolvedora da ilha, a empresa Nakheel.
A própria ilha pode estar ameaçada pela ousadia de sua construção. Ao utilizar principalmente areia na estrutura, o possível ajuste que ela poderia sofrer com o decorrer do tempo foi especulado. Sobre isso, a desenvolvedora assegurou que toda a areia teria sido compactada corretamente e os dispositivos usados (redes e filtros) seriam o suficiente para impedir problemas. Ainda assim, mudanças no nível do mar, mesmo que já levadas em consideração, podem afetar negativamente Jumirah.
Estudos que prevêem o contorno do litoral da cidade de Dubai em 20 anos com e sem Palm Jumeirah mostram com nitidez o impacto que a ilha artificial causa ao obstruir o fluxo natural do mar. O processo erosivo natural será acelerado e deformado. No ínicio da construção da ilha, medidas foram tomadas para minimizar este problema, mas ele não foi completamente resolvido. Além disso, Jumeirah é somente a menor das três ilhas que foram planejadas.
Por meio da retirada de areia do leito marinho e sua colocação em áreas pré-determinadas, recifes de corais, algas e formações de ostras foram enterrados. O papel destes organismos no ecossistema era extremamente importante, já que eles protegiam a costa de erosão, serviam de alimento e abrigo para outros animais e, por isto, também suportavam a pesca. A empresa Nakheel respondeu a isso com o fato de que a própria formação rochosa pode ser um atrativo para espécies marinhas. Além disso, recifes artificiais foram criados afundando objetos