Diogo

810 palavras 4 páginas
Resenha do filme The blow-up

The blow-up é um filme da metade dos anos 1960, dirigido por Michelangelo Antonioni e inspirado em um conto de Júlio Cortázar. Ou melhor: livremente inspirado. O longa-metragem de Antonioni revela muito mais do que a história que parece conter. Assim como um espectador mais desavisado pode cair no erro de classificá-lo como filme de suspense, o filme alerta justamente para essa confusão entre imagem e realidade, tão típica da sociedade de consumo.
Como afirma Paulo Menezes (2001, p. 15), os créditos iniciais já alertam para o que está por vir. Enquanto eles aparecem na tela ao som de uma música de jazz, através de suas letras vazadas podemos ver pedaços de uma imagem que é revelada aos poucos, gerando desconforto semelhante ao que o fotógrafo sente diante da impotência do fotógrafo ao extrair um objeto-verdade diante de uma fotografia que, quanto mais se examina, mais incerteza gera.
O jovem fotógrafo em questão, interpretado por David Hemmings, é um retrato da juventude londrina e seus valores. Sua relação com o mundo é mediada pela imagem de tal forma que a câmera fotográfica se torna uma prótese de seu corpo. Ao mesmo tempo podemos vê-la também como um objeto fálico, em uma acepção freudiana, na medida em que é usada como objeto de dominação e poder. Dessa forma podemos compreender uma das cenas mais impressionantes do filme, em que uma sessão de fotos com uma modelo se torna uma verdadeira relação sexual através do qual a produção de imagem deixa de ser elemento de registro e passa a ser fundamental para própria criação da experiência Como afirma Cavalcante de Souza: “O filme mostra uma inversão do referencial da realidade indo de encontro a nossa confusa realidade de existência. Tudo passa a existir e a ser verdade somente enquanto imagem”.
Diante de tal poder exercido pela imagem, em que a fronteira entre representação e realidade se dissolve, a postura do jovem fotógrafo é marcada pela arrogância e pelo tédio.

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