Dialética

O que é dialética - Leandro Konder
O movimento dialético teve início na Grécia antiga como “a arte do diálogo”, e aos poucos o diálogo passou a ser um instrumento através do qual por exercida a argumentação, se expunha, defendia e delineava claramente determinados conceitos.
Ao longo dos séculos diversos filósofos se detiveram a tratar do tema, sendo que, muito embora não haja consenso, segundo Aristóteles, a dialética se inicia com Zénon de Eléa (aproximadamente 490 a 430 a.C.). Momento histórico em que muito se discutia também a função da filosofia.
Na mesma época, destacam-se as palavras revolucionárias de Heráclito de Efeso (aproximadamente 530 a 480 a.C.), que lhe conferiram os adjetivos de obscuro, abstrato e unilateral, por afirmar que tudo está em constante modificação, que essas mudanças surgem a partir da existência de conflitos, e que não é possível conferir estabilidade ao ser. Contemporaneamente, Parmênides, afastando a instabilidade trazida pelas palavras de Heráclito, entendia que o ser em si é um imutável, que as mudanças ocorriam exteriormente ao ser, ou seja, um “fenômeno de superfície”, independente do sujeito.
Com o passar dos anos o conceito e a aplicação da dialética foram se modificando, vindo modernamente a se referir, em definição simplória, a uma maneira de tratarmos e enxergarmos a sociedade e suas constantes modificações, o modo como essas mudanças acontecem e a influência dos sujeitos nesse processo permanente de transformação.
Com o surgimento e fortalecimento da metafísica trazida por Parmênides, a dialética sofreu fortes críticas e por muitas vezes literalmente se recolheu aos porões escuros, pois trazia a tona debates que incomodavam e diziam do ser como peça diretamente responsável pelos processos evolutivos e modificativos, confrontando-o com a ideia de evolução natural, de certo modo trazida pelo pensamento metafísico e que propõe a estabilidade e naturalidade das evoluções.
Esse pensamento foi reforçado ao passo que