despedida de degas
Curso De Arquitetura E Urbanismo
Disciplina: Estética
Docente: Helena Zoraide Pelacani Almada
Dicentes: Iurgan Henrique e Jaine Lima
Despedida à maneira de Degas
Decidiram encontrar-se uma última vez, embora tão esgarçada a esperança de chegarem ao entendimento.
No bar, sentados um diante do outro, pediram absinto, o mesmo que haviam começado por tomar com a alegria dos gestos comuns. Mas não tinham alegria, e nada em comum que os unisse.
Nem encostaram o copo nos lábios. Em silêncio, tentaram ainda ligar-se através dos olhos, Mas sequer as mãos entrelaçadas sobre o mármore conseguiram fazer com que se vissem.
E continuaram longamente calados, imóveis, até que a última gota leitosa tivesse evaporado do fundo dos copos.
Intertextualizaçao de Marina Colassanti, esta no sentido subjetivo, e a imagem esta objetivo.
Presságio
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…
Fernando Pessoa
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo