democracia benjamin constant

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O fato levou Benjamin Constant, um liberal que não era inimigo da revolução, mas que se preocupava com a dificuldade de ela se transformar em sistema de governo, a argumentar que a liberdade dos antigos não era compatível com os tempos modernos, com a sociedade européia do começo do século 19. O comércio e a indústria tinham se desenvolvido extraordinariamente, as relações sociais tinham se tornado mais complexas, não havia mais escravos. A grande maioria dos cidadãos precisava cuidar da própria vida, enriquecendo ou simplesmente sobrevivendo. Poucos dispunham do lazer necessário para se dedicarem aos negócios públicos.

O que os cidadãos pediam não era participação direta no governo, mas que o governo -ou o Estado em geral- os deixasse em paz, os livrasse das restrições à liberdade civil de trabalhar e ganhar dinheiro. Pediam uma liberdade negativa. O cuidado dos negócios públicos, os modernos o deixavam nas mãos de representantes que para isto escolhiam em eleições a que cada vez maior número de cidadãos e cidadãs era admitido. Acoplada à liberdade negativa dos modernos, nascia, na formulação de Benjamin Constant, a democracia representativa, exercida indiretamente pelos cidadãos.

Em artigo anterior ("Boliche solitário", publicado no Mais! de 28/03/1999), discuti a onda de apatia social e política que, segundo alguns analistas, estaria invadindo os Estados Unidos nos últimos anos. Tal apatia se manifestaria na queda dos índices de participação política, representada pelo voto, e dos índices de envolvimento em associações voluntárias de todo tipo. Houve várias contestações a essa visão pessimista, algumas negando a validade dos dados ou a dimensão do fenômeno, outras discordando de sua interpretação. Comento aqui apenas as últimas.

Alguns de seus porta-vozes admitem a existência da apatia e da perda de confiança no governo. Mas contestam que elas sejam necessariamente um mal. Poderiam ser mesmo interpretadas como sintoma positivo. Refletiriam o fato de que

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