Definição de temperança

A temperança pode ser definida como a moderação de nossos prazeres, nos tornando seus senhores ao invés de seus escravos. Não consiste na superação de nossos limites, mas na arte de respeitá-los. Porém, não é fácil e muitas vezes possível de se alcançar e é isso que faz desta doença da imaginação uma virtude.

Essa imposição de limites traz uma liberdade de escolha entre desfrutar ou não tal prazer, assim o aproveitamento torna-se mais prazeroso e, consequentemente, um meio para a felicidade. Outra definição seria o contentamento com o pouco, mas o enfoque não está necessariamente no pouco prazer desfrutado e sim no poder do contentamento.

Ao invés de prisioneiros do prazer, prisioneiros da falta, até mesmo a sociedade acaba por lhes faltar. Isso porque eles querem sempre mais, não existe contentamento, nem mesmo o excesso satisfaz. No meio desenvolvido, é fácil conseguir o necessário, o difícil é encontrar alguém que se contente com o mesmo. Saber apreciar o supérfluo é intensificar o seu prazer, prazer de ser senhor de seus prazeres.

Em uma sociedade de abundancias, se morre e se sofre mais por temperança do que por fome ou ascetismo. É uma virtude para todos os tempos, quando mais necessário, mais favorável é. É também, a mais elevada das virtudes cardeais, sendo a prudência a mais necessária e a coragem e a justiça as mais admiráveis.

Por fim, tem por objeto os desejos mais necessários na vida de um indivíduo e de sua espécie, os mais fortes e difíceis de controlar. Uma regulação voluntária dos impulsos irracionais de nossos afetos ou apetites, um poder de superar os gêneros da embriaguez e, portanto, superar também a embriaguez da