Definição de design

Ao iniciar-se a leitura e análise dos textos "A definição de design", de William R. Miller e "Design Industrial", de Tomás Maldonado, já se torna possível notar a diferença existente na forma/tipo de organização e sustentação dos discursos. Enquanto a conclusão de Maldonado ergue-se através da apresentação de teorias e seguinte negação das mesmas, Miller encontra sua base na afirmação de um enunciado. Apesar disso, observa-se, também, a semelhança, em alguns aspectos, entre ambos.

Nesse contexto, em "Design Industrial" - primeiramente - é apresentada ao leitor uma definição de design pautada no processo laborativo, isto é, no modo de produção; A qual afirma que o design consiste na realização do objeto industrial, resultado de um processo produtivo em série, através de máquinas. A importância dessa concepção é ressaltada na necessidade de distinguir, após a Revolução Industrial, o designer do artesão - que, por sua vez, participa de todas as etapas do processo e deposita caráter autoral em sua obra. No entanto, esse enunciado se mostra insustentável, quando Maldonado aborda os processos produtivos mais recentes/atuais/modernos - um tipo de produção diferenciada e mais flexível - e evidencia que, ao seguir tal definição, seria impossível distinguir um designer de um engenheiro e não restringir um objeto de design à industrialização.

Logo, em um segundo momento, surge a definição a partir do foco na palavra "design/desenho", citando apenas a aparência estética como o fator determinante, sem considerar o processo produtivo. Tal definição foi útil aos produtos de consumo luxuosos. Entretanto, para outros objetos, nos quais o comportamento operativo tem importância, Maldonado apresenta a definição de design industrial do "ICSD" - International Council of Societies of Industrial Design - que, por sua vez, vai além do valor estético da forma; Nessa se propõe "(…) coordenar, integrar e articular todos aqueles fatores que participam no processo constitutivo da