Crítica e curadoria

Daremos início à conversa sobre crítica com um pensamento de Jacques Leenhardt presente em seu texto “Crítica de arte e cultura no mundo contemporâneo”. Ele introduz dizendo que “somente uma reflexão de caráter histórico permite esclarecer ao mesmo tempo o porquê e o como da crítica. Ela deve partir da evolução das próprias artes, da atitude dos artistas ou daquilo que se poderia chamar de sua “consciência de si como artista” e, por fim, da evolução do público de arte.”. Podemos, a partir da fala de Leenhardt, estabelecer fatores para entender como a crítica se desenvolve em cada época, mas continuamos sem a resposta de qual seria a sua função. Para definirmos a função da crítica é necessário enxergá-la no contexto das diferentes produções artísticas. Por exemplo, para uma obra de arte, um quadro, uma escultura, ou uma exposição formada dessas expressões, a crítica é fundamental para acessibilidade cultural e social. Ela será o meio mais justo de interpretação, não será a explicação da arte em questão, mas sim uma análise dos aspectos que criarão discussões e polêmicas que serão levadas além do espaço expositivo, por isso o crítico tem que ter um olhar expansivo e estar sempre atento à tendências e ao mercado e suas projeções, que influem diretamente na integração da arte com o espectador, pois todos os pontos que serão colocados em cheque tem de se relacionar com o mundo em que a pessoa que esse observador está inserido. Portanto, vejamos a crítica como uma orientação e o crítico como mediador, o qual desdobra as múltiplas significações possíveis de uma obra e as traduz para uma linguagem que possa ser compreendida por todos os tipos de públicos. Porém, existe um fator que faz contraponto a essa linguagem universalizadora do crítico, são as diversas correntes metodológicas, as quais tem a intenção de elucidar conceitos, contudo, ao optarem por uma linguagem um tanto quanto rebuscada, acabam por distanciar o mainstream da obra de arte,