Critica a democracia

democracia objetivo deste texto é traçar alguns eixos fundamentais do contexto histórico em que se insere a democracia brasileira. Para tal e nos limites próprios de um texto como este, optamos por percorrer, primeiramente, o caminho de discorrer sobre algumas das características essenciais do capitalismo, vez que, por vezes, o debate se perde em muitas direções e se esquece de colocar os elementos fundantes de qualquer sociabilidade capitalista. Tal forma de abordar o assunto justifica-se ainda mais num contexto de crise mundial (para muitos, aberta desde 2008), ocasião essa que exige de todos aqueles que lutam por uma sociedade emancipada do jugo da exploração uma clareza na análise ainda mais aprofundada. O capitalismo tem como uma de suas características fundamentais uma necessidade contínua de autoexpansão. Esta necessidade fica clara a partir da fórmula sintetizada por Marx o qual indica que as coisas necessárias à sobrevivência humana só são produzidas com o fim de obtenção de lucros. Este é, em poucas palavras, o funcionamento do capital. No capitalismo, a produção de coisas úteis às pessoas dá-se por meio de um processo social muito particular, diferente do de qualquer outra época. Aqui é necessário investir dinheiro (D) para que se possa produzir bens e serviços (M – “mercadoria”), e então comercializá-los, recebendo de volta o dinheiro investido (D) mais um adicional, o lucro (’). Temos, então, a fórmula D – M – D’. A produção só acontece por meio do investimento do dinheiro e levando-se em conta a expectativa de que se obtenha lucro ao final do processo; ou seja: a produção de coisas úteis às pessoas só ocorre se houver lucro, ou se, ao menos, gerar expectativa de dar lucro.
A partir do momento em que o sistema capitalista é engendrado, sua tendência de contínua expansão entra em jogo, pois se o sistema parar de crescer ele quebra, o que inviabiliza a produção. O capitalista só investirá seu dinheiro se for para obter lucro com ele; não há, do ponto de