Cotidiano e Vivência Religiosa: Entre a Capela e o Calundu
Religião Pública e Privado
O autor destaca a dicotomia ritual na América Portuguesa, onde existe a conduta pública e a privada dos fiéis, onde de um lado o exercício individual e privado de comunicação direta entre a imagem com sua semelhança, de outro a rotina pública dos sacramentos. Constando a existência duas práticas religiosa: a contemplatio e a Liturgia. De forma respectiva um vem como a prática individual e privada da oração, e a outra como exercício coletivo culto público. O autor destaque o ponto de vista durkheimiano, que propõem a ideia das cerimônias e rituais públicos como mecanismo de controle social e manutenção da hierarquia da igreja militante. Surge o conceito da desobriga pascoal documento que assinado pelo vigário atesta confissão e comunhão por ocasião da Páscoa da Ressurreição. Tendo em vista que pela imensidão da América portuguesa a indispensabilidade da frequência a rotina pública era um elemento das práticas religiosas no corpo religioso na colônia. Por variados fatores como falta de centros urbanos, poeira, lama, animais selvagens, índios, negros entre outros existiu a necessidade de se adaptar alguns elementos sociais da prática religiosa para dentro do templo e para prática privada. Como existência minoritária da elite branca, os mesmos construíam em muitos casos seus lugares de cultos privados anexados as moradias, para evitar o contato com fiéis de outras raças ou de camadas inferiores. Destaca se o repúdio por templos e espaços públicos pelo poder tentador das crioulas e pardas que representava um risco a pureza das mulheres e das famílias.
Cotidiano e Vivência Religiosa A oração surge como elemento essencial na rotina social, com a existência de horas especificas para a comunicação com o criador, tanto no dia como na noite, definida como horas canônicas. Esta divisão fica clara em lugares eclesiásticos como mosteiros e conventos que realizava até oito orações