COPA DO MUNDO NO BRASIL: INVESTIMENTO SEM RETORNO

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COPA DO MUNDO NO BRASIL: INVESTIMENTO SEM RETORNO

Em 11 de março de 1983, o então presidente do Brasil, João Figueiredo, negou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pleitear junto à Fifa que o país sediasse a Copa do Mundo de Futebol de 1986. Ele se recusou a gastar dinheiro com estádios de futebol, tendo o Brasil tantos problemas urgentes a serem solucionados.
Os mesmos problemas persistem, e para a realização da Copa do Mundo no Brasil de 2014 está sendo gasto muito dinheiro. Ocupando a 73ª posição mundial no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com quase 10% da população analfabeta, o Brasil poderia usar esse dinheiro para solucionar demandas mais urgentes, em áreas como educação e saúde pública.
O discurso do Estado, ao pleitear a Copa, era que o Mundial de Futebol traria melhorias ao país, ainda que indiretamente, porém não é essa a realidade nos meses que antecedem à abertura da Copa. Atrasos na entrega de estádios-sede dos jogos e de obras que visam a reformular estrutura física das cidades-sede ainda estão em andamento e o orçamento feito para o cumprimento dessas obras mostrou-se muito mais caro no andamento das construções do que o planejado inicialmente. Além disso, a maior parte dos ingressos foi comprada por brasileiros, abalando, assim a tese governamental de que os investimentos feitos seriam recuperados com os gastos dos turistas em terras brasileiras.
O jornalista britânico Simon Kuper, autor de Soccernomics, escrito em parceria com o economista britânico Stefan Szymanski, disse à BBC Brasil: "Sediar uma Copa do Mundo não traz nenhum legado econômico. Se você quer impulsionar a economia com o dinheiro do povo, que paga impostos, é melhor investir em escolas e hospitais". Que o Brasil aprenda a lição e comece logo a investir em seu povo.

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