Contexto Político de On the road

Contexto
“Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas”, diz uma das frases mais famosas e icônicas de On The Road.
Ao contrário da maioria dos frasismos que normalmente retiram frases bonitas, mas descontextualizadas das obras literárias, a frase supracitada pode ser a definição do livro e do sentimento que ele gerou. O sentimento que ainda leva diferentes gerações a se identificarem com a obra, que foi o pontapé para o primeiro movimento de contracultura moderno e que inspirou todos os outros que viriam a seguir.
On the Road e Jack Kerouac se tornaram os grandes símbolos da Beat Generation, a geração de poetas e escritores malditos que influenciaram desde Francis Ford Coppola até Bob Dylan e os Beatles. Eles foram o chute na porta que deu origem a movimentos que fazem barulho ainda hoje, desde os hippies e os punks até mesmo o movimento gay e o feminista. Principalmente, eles foram os primeiros transgressores, aqueles que deram o primeiro grito por liberdade e sonharam em mudar o mundo.
Os beats surgiram num contexto pós-crise da década de 30, eram os filhos de trabalhadores que tiveram suas vidas arruinadas pelo colapso do capitalismo. Essa geração desenvolveu um pessimismo e uma insatisfação contra o sistema vigente, o “Sonho Americano” que eles viram ruir e destruir tudo ao redor.
O consumismo desenfreado e que ditava o status da época foi abominado e no lugar surgiram jovens hedonistas, desprendidos de bens materiais e que pregavam pelo prazer imediato e a liberdade plena. A moral e o ideal de sucesso burguês já não importavam nem convenciam a mais ninguém e ambos foram substituídos por niilismo e inquietação. Inquietação que tomou forma através de noites regadas a benzedrina e ao som