Contabeis
O professor Jessé de Souza, em entrevista, faz um paralelo sobre a ascensão das classes mais baixas e a formação de uma nova classe média, a qual ele associa como classe de infelizes e desesperados, num país que nega, esconde e eufemiza todos os seus conflitos e problemas. A classe média também está relacionada como o grande responsável pelo extraordinário desenvolvimento econômico brasileiro dos últimos anos.
O entrevistado define a classe média estabelecida como uma como uma classe dominante, porque se forma da apropriação privilegiada de capital cultural, que faz com que o Estado e o mercado funcionem. No texto também é mencionado um povo conhecido como os batalhadores; para eles a situação é diferente. No geral, são pessoas que estudaram em instituições públicas, e têm que trabalhar paralelamente ao curso universitário, muitas vezes até 14 horas por dia e o pior: sem ter recursos das classes de privilégio.
A falta de estímulos à leitura tem sido uma forma de dificuldade para essa classe, que se torna, de certo modo, uma classe derrotada, sem futuro ou perspectiva. Essa ausência do acesso à educação faz com que a nossa sociedade seja uma das poucas que não precisam contratar imigrantes para exercerem trabalho escravo, porque, por aqui é facilmente encontrado esse tipo de mão de obra.
Finalizando a entrevista, o professor, associa às religiões evangélicas como uma das responsáveis por esse “abandono do intelecto”, enfatizando que as mesmas dão em troca aquilo que as pessoas estão necessitando mais que não vem do Estado, que seria a autoestima e forma para continuar tentando a vida.