Considerações a respeito do conceito de Supereu na obra freudiana

2096 palavras 9 páginas
Antes de dar início ao conceito de supereu abordado por Freud ao longo de suas obras, é de suma importância mencionar outros conceitos-chave para que as considerações feitas a seguir estejam fundamentadas em estruturas relacionadas a essa instância da estrutura psíquica dos indivíduos. Inicialmente, Freud havia estabelecido três níveis do aparelho psíquico, a saber: o campo da consciência, o campo pré-consciente e o campo inconsciente – esse último diferindo de como é concebido no final da obra freudiana. Haveria, grosso modo, uma barreira que filtraria determinados estímulos inconscientes, impedindo-os de chegar ao nível consciente do indivíduo. Essa filtragem pode ser exemplificada a partir dos sonhos (Freud, 1900), que poderiam equivaler a desejos sexuais reprimidos e aparentes quando o indivíduo estivesse adormecido, visto que o “fiscal psíquico” estaria menos atento ao fluxo de energia psíquica. Em sua obra a respeito do narcisismo (1914), é citado por Freud um agente censor, o qual se encarrega de vigiar o sujeito constantemente, como uma consciência ativa e reguladora de suas atividades. Freud apresenta, no terceiro capítulo dessa obra, um conceito inicial do que poderia vir a ser o superego, por ora ainda atribuindo essa função ao ego, vinculado ao ideal de eu. Esse agente sobre o qual teoriza Freud aparece primeiramente externo ao sujeito nas vozes dos pais ao designarem limites de conduta à criança, por exemplo, e depois se instauram no próprio sujeito, podendo muitas vezes, como na paranoia, aparecerem novamente como vozes externas a ele, que descrevem e julgam alguma atividade que esteja realizando. Buscando o ideal de eu construído ao longo de sua infância, o indivíduo estaria sempre sob vigília desse agente a fim de permanecer na busca desse ideal, o qual é projetado em diversos âmbitos de sua vida. Torna-se base para o amor dos objetos de desejo a proximidade com esse ideal anteriormente postulado, o qual tem como base estruturas sociais

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