Conhecer

No quarto capítulo “Conhecer” da obra: “A Conquista da América: a questão do outro”, Todorov apresenta Três eixos na qual se da alteridade, e o conhecer o outro. O primeiro é o axiológico; supor se o outro é bom ou mal, se gosto dele ou não.O segundo é praxiológico; aproximo e distancio do outro adotando seus valores, identificando-me ou impondo-lhe minha própria imagem. O terceiro é o epistêmico; no qual se conhece ou ignora a identidade do outro. Esses planos não estão isolados entre si, havendo relação e afinidades entre eles. Desta forma, o autor discorre sobre como Las Casas “conheceu” o outro.
Ao se tornar dominicano nos anos de 1522/23,percebe-se uma mudança em Las Casas, principalmente a partir da reflexão sobre sacrifícios astecas, principal argumento utilizado por Sepúlveda para falar da inferioridade dos povos que nas Índias estavam. Las Casas afirma que apesar de não concordar com o canibalismo e sacrifícios humanos tem de se pensar em dois pontos: não se pode combater mortes com ataques, e se a lei deles impõe o sacrifício, eles apenas agem com bons cidadãos. Para discorrer sobre a problemática da condenação, Las Casas lança mão de duas afirmações gradativas:
1°: faz aproximações bíblicas com os sacrifícios humanos, com o pedido de morte feito a Abraão por Deus, para sacrificar Isaac;
2°: O sacrifício humano é aceitável não só em razões de fato como de direito, desta afirmativa ele acumula quatro afirmativas: Desta forma Las Casas assume um “perspectivismo” no seio da religião. “As nações que ofereciam sacrifícios humanos a seus deuses mostravam assim, como idólatras desorientados, a alta idéia que tinham excelência da divindade, do valor dos deuses.” (TODOROV, p. 276) Desta forma Las Casas não privilegia a priori a via cristã para chegar (Deus). Assim tenta explicar a alteridade, a relatividade da noção de ser bárbaro. “É em nome da moral cristã que os católicos vêem os índios como igual a eles, portanto semelhante a