Conflitos

Os relatos apontam para uma mudança de caráter estrutural. Tudo indica não ser mais possível manter a velha forma de organização dos hospitais, na qual onde atuam em paralelo um sistema administrativo e um assistencial. Evidencia-se o desencontro entre os dois sistemas. O controle financeiro de uma organização hospitalar depende da racionalização do emprego de recursos no atendimento aos pacientes, enquanto os médicos, detentores do saber técnico, obedecem, fundamentalmente, aos princípios estabelecidos pela profissão.
De acordo com os resultados das análises efetuadas, pode-se concluir que as ações realizadas pelas empresas pesquisadas com o objetivo de aproximar o administrador hospitalar das decisões estratégicas organizacionais ainda não representam uma maneira eficiente que venha contemplar as peculiaridades da
30% 70%
Sim
Não

atividade administrativa. O que confirma a percepção de Cecílio (1997) , quando afirma que vários fatos traçados na pesquisa nos fazem pensar que os médicos desconhecem em parte o potencial do capital intelectual interno, gerando muitas vezes conflitos na relação médico e administrador hospitalar. Essa duplicidade, inerente às organizações de especialistas, expressa-se no dia-a-dia e deixa claro a disputa de interesses entre as classes. As relações de poder nos hospitais devem beneficiar os interesses institucionais e não aos dos indivíduos. Caso contrário, conforme afirma Focault (2004) o poder passa a ser algo de particular nas relações entre os indivíduos e nas relações de poder, as quais são específicas: elas nada têm a ver com a troca, a produção e a comunicação, mesmo que lhes estejam associadas. Formas de controle são inerentes à administração, mas utilizadas para a manutenção dos interesses da organização, podem trazer benefícios na construção de uma nova estrutura organizacional, que foca seus trabalhadores, principalmente a produtividades desses em equipe. A pesquisa vem fortalecer as afirmações de