Comportamento maturacional

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3. A relação mãe-bebê: uma visão winnicottiana
“O mundo despedaça todas as pessoas e, posteriormente, muitos se tornam fortes nos lugares partidos”
Hemingway em Farewell to Arms

A teoria de Winnicott nos remete à compreensão dos estágios mais primitivos do desenvolvimento emocional do ser humano. Em sua prática, como pediatra e psicanalista, constatou que boa parte dos problemas emocionais parecia encontrar sua origem nas etapas precoces do desenvolvimento. Pode-se dizer que o cerne de
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seus estudos concentrou-se na relação mãe-bebê, pois para ele as bases da saúde mental de qualquer indivíduo são amoldadas na primeira infância pela mãe, através do meio ambiente fornecido por esta (Winnicott, 1948). O ambiente tem uma influência decisiva na determinação do psiquismo precoce. Em seu trabalho, dois caminhos são focalizados e freqüentemente se intercruzam. Um deles diz respeito ao crescimento emocional do bebê e o outro refere-se “às qualidades da mãe, suas mudanças e o cuidado materno que satisfaz as necessidades específicas do bebê” (Valler, 1990:155).
3.1. A dependência e a relação mãe-bebê
Ao longo de toda a sua obra, percebe-se que Winnicott preocupou-se em afirmar que não pretendia instruir as mães sobre o que têm que fazer com seus bebês, pois acredita na capacidade que toda mãe tem para cuidar bem de seu filho e ressalta que esta faz seu trabalho simplesmente sendo devotada (mãe devotada comum). A palavra devoção significa uma adaptação sensível e ativa às necessidades de sua criança; necessidades que no início são absolutas (Winnicott,
1948, 1952).
“There is not such a thing as a baby” (“Não existe essa coisa chamada bebê). Para esse autor, um bebê não pode existir sozinho, mas é parte de uma relação. Sempre que encontramos um bebê, encontramos a maternagem, pois “um bebê não pode ser pensado sem a presença de alguém que lhe exerça a função de

25 mãe e sem um ambiente, por

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