Comparação critica: Microfísica do poder, cap. 3 “Sobre a justiça popular”.

No capitulo três do livro “Microfísica do poder” Michael Foucault da inicio a uma discussão com militantes maoistas sobre um projeto de um tribunal popular para julgar a policia, em junho de 1971. Em seus diálogos Foucault reconhecer que a justiça popular é um importante instrumento de resistência das classes oprimidas, porem levanta o que seria o eixo central do seu questionamento “se seria o tribunal popular uma expressão da justiça popular”.
Foucault adota a justiça como instrumento de poder, compreendendo assim como uma luta social, sem se preocupar em criar um modelo ideal de justiça. Em sua ótica o conhecimento sobre justiça seria, mas útil na luta de classes compreendendo que a justiça esta em todas as lutas sociais, assim utiliza a historicidade das relações de poder, demonstrando que a justiça nada, mas é do que algo inventado para servir como instrumento do poder político e econômico ou de resistência contra o poder.
Em um caso recente no Brasil um adolescente foi espancado e preso nu, a um poste por uma trava de bicicleta, em plena Av. Rui Barbosa, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Ele teria sido atacado por um grupo de três homens, a quem chamou de “Os Justiceiros”, pois já havia efetuando roubos no bairro.
O caso do adolescente de 15 anos gerou uma serie de debates acalorados não só no Rio de Janeiro como em todo Brasil, as opiniões são diversas quanto assunto, fazer justiça com as próprias mãos ou uma justiça popular. A questão é em que momento a população teria este direito de punir um jovem infrator com tamanha crueldade, esse rapaz foi julgado e condenado por um grupo de civis que aos seus critérios decidiu qual seria a punição justa.
Refletindo sobre este caso é possível imaginar as condições deste julgamento, aonde certamente não houve respeito aos direitos humanos, nem ao que tange o art. 5 da Constituição Federal inciso III – “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;” o que ocorreu neste caso foi uma