colonia

CONTINUÇÃO

QUEM ASSASSINOU AMILCAR CABRAL

PARTE VI

Os responsáveis do PAIGC aproveitavam dos filiados dessas organizações, arrebanhando mulheres, crianças e jovens, submetendo-os diariamente aos dogmas comunistas e a uma formação ideológica rigorosa (lavagem de cérebro), criando neles um ódio visceral contra os opositores do regime. Dos produtos mal acabados dessas fabricações amostro: José Maria Neves, Felisberto Vieira, Rui Semedo, Cristina Fontes, Helena Fontes, Eva Ortet, Júlio Correia, José Maria Veiga e muitos outros.
A polícia política, além das suas funções de repressão e de instrução preparatória dos processos de crime contra a segurança do Estado, passou também a desempenhar funções administrativas, encarregando-se dos serviços de passaporte, emigração e fronteira. Dezenas dos seus inquisidores e torturadores foram enviados para Cuba, União Soviética e Alemanha Democrática para actualizarem e aperfeiçoarem os seus métodos de atrocidades, trazendo para Cabo Verde sofisticadas máquinas para esses efeitos.
O exército que na altura era designado por FARP (Forças Armadas Revolucionárias do Povo) foi reforçado com armamentos, jipes, carros de combate, tanques de guerra, canhões, navios de patrulha e munições, oferecidos pela União Soviética, enquanto os “históricos guerreiros e libertadores da pátria”, na maioria ignorantes e analfabetos, eram promovidos a oficiais militares com altas patentes, de modo poderem ocupar os lugares chaves e de confiança no partido e nas forças armadas como é o caso de, Sotero Fortes, Nicolau Pio, Manuel de Jesus Gomes (Léla Guerrilheiro), Fernando Rosa dos Santos, Amâncio Lopes (o orador), Armindo Ferreira (o intelectual), António Leite/Toi de Suna (o batoteiro) e outros, que também colaboravam com a polícia política nas prisões arbitrárias e torturas dos contestatários do regime.

Manuel N. Oliveira
(Mestre em sociologia pela universidade de Bergen na Noruega, nascido na ilha de Santo Antão em 1944, ex-militante