Clonagem

A ética da clonagem reprodutiva

Defesa do problema subjacente à ética da clonagem reprodutiva: Se aceitarmos que os seres humanos adultos têm, em princípio, direito à autonomia reprodutiva, que razão teremos para o negar proibindo a clonagem com fins reprodutivos? De facto, este problema surge depois do nascimento da ovelha Dolly. Uma vez que têm sido avançadas várias objeções ao desenvolvimento desta tecnologia e alguns governos aprovam legislação com o objetivo de proibir a clonagem humana. No entanto, a questão torna-se mais importante porque a proibição parece estar em confronto com um direito que habitualmente se atribui aos seres humanos adultos: o direito à autonomia reprodutiva e à constituição de uma família. Ao afirmarmos que uma pessoa tem este direito implica que supor que deve poder decidir quando e de que forma deseja reproduzir-se controlando o seu papel reprodutivo. A seguir iremos apresentar objeções a este problema.

Objeções: A identidade: É frequente utilizar o argumento de que o clone não terá uma identidade própria mas o que acontece é que dois seres humanos com ADN igual podem possuir identidades muito diferentes e até criar ligações sociais distintas. Sendo assim, a única identidade que é posta em causa é a identidade genética. Em conclusão, o argumento contra é que a clonagem reprodutiva consiste num ataque à identidade genética dos clones, como alude o filósofo Richard David Precht.

Relações familiares: Como a clonagem pode criar também relações familiares artificiais, pois quando uma criança nasce naturalmente ela herda 23 cromossomas de cada pai mas com a clonagem, ela pode apenas herdar os 46 cromossomas de um só pai ou até recebe-los de outra pessoa exterior à família. Surge-nos assim a seguinte questão: Será que os clones têm pais como as pessoas geradas naturalmente? Em suma, o argumento contra que se sobrepõe é que a clonagem reprodutiva é errada porque cria relações familiares artificiais e atípicas.