Ciência coisa boa

379 palavras 2 páginas
Fernando Pessoa diz que pensar é estar doente dos olhos. Sob o ponto de vista poético, meramente da letra, posso concordar com ele. Mas, discordo desse mesmo pensamento quando colocado como verdade absoluta. Para mim, pensar é abrir a cortina do desconhecido para permitir a penetração da luz do conhecimento. Penso, logo vejo, analiso, discuto, desvendo, comparo e concluo. Pensar auxilia os olhos do saber. Quando Ruben afirma que pensamos quando algo está errado, dizendo que lembramos dos dentes e nos movemos por ele, quando doe. Diz: Quando os olhos estão bem a gente não pensa neles: eles se tornam transparentes, invisíveis, desconhecidos, e através de sua absoluta transparência o mundo aparece. Digo, no entanto, que há relatividade no que foi afirmado pelo escritor em questão. Podemos nos lembrar dos olhos sem que ele nos encomodem. O aparecimento da dor altera a nossa conduta diante de um órgão debilitado. Se ele estava esquecido passa a ser o foco da nossa atenção. Se comemos e nada acontece, o alimento passa despercebido. Mas, se o alimento causar dor no organismo, vamos nos lembrar dele e pensar na razão do mal estar. Vamos perguntar por quê nos fez mal. Nasce aí a hipótese, um conjunto de peças imaginárias de um quebra-cabeça, com o propósito de compreendermos para evitar o mal estar.
Só conhecemos o que nos chama a atenção, diz Aires. O prazer do conhecimento é o desafio ao desconhecido. O prazer do corpo é a lógica. Ele repete o comportamento, o encontro, a ação, quando são prazerosos. O conhecimento busca o novo, abomina a repetição. O desejo de conhecer é um servo do desejo do prazer. O cientista que fica horas, dias, meses, anos em seu laboratório, não fica lá por dever. Kant despresava o prazer e achava que, certo mesmo, só as coisas feitas por dever. O dever sem prazer não consegue ver nada de novo. Idéias criativas requerem os vôos da imaginação. Isso traz o êxtase da realização.Ser admirado, ser o primeiro, ser capaz, é isso que explica todo

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