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Foi a duras penas que o Brasil conseguiu estabilizar sua economia a partir dos anos 90. O tripé macroeconômico foi determinante nesse processo. O regime de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário controlou a inflação e evitou a explosão da dívida pública.
Essa política econômica foi fundamental para o crescimento econômico médio de 4,5% entre 2004 e 2010, acima da média mundial de 3,9% no mesmo período.
Durante aqueles sete anos de expansão do PIB o desemprego caiu de 12% para 7%, a renda do trabalhador cresceu 20% acima da inflação e o crédito para as pessoas físicas triplicou. Com isso, o consumo das famílias se fortaleceu, sustentando o bom desempenho da atividade econômica.
Nas relações externas as exportações cresceram de US$ 73 bilhões para US$ 202 bilhões por conta do forte aumento dos preços das commodities e o capital estrangeiro entrou fartamente no país. O balanço de pagamentos manteve-se relativamente confortável, contribuindo também para o crescimento da economia.
O atual governo assumiu em 2011 defendendo maior intervenção na economia para acelerar seu crescimento. Achou que o voluntarismo seria mais importante para a expansão do produto do que uma política econômica bem articulada e bem conduzida.
Gradualmente deixou de lado o tripé macroeconômico acreditando que o modelo intervencionista manteria a atividade econômica se expandindo de maneira sustentável. Hoje o país paga caro por isso. O crescimento é pífio e a inflação pressiona.
O tripé macroeconômico não é suficiente para gerar crescimento econômico, mas proporciona credibilidade e previsibilidade para os agentes domésticos e estrangeiros. Seu enfraquecimento ocasionou desconfiança e aumentou o risco na economia. O cenário ficou ainda pior por conta do exacerbado intervencionismo estatal, que elevou os gastos públicos em troca de efeitos tímidos na economia.
O atual modelo econômico chegou ao fim. Não dá mais para se sustentar com