ciencia politica

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A tradição que entende o poder como uma relação de mando e obediência (amplamente hegemônica no pensamento político ocidental) operaria do seguinte modo: de um lado, define como tema central dos estudos políticos a relação de mando e obediência, guiando-se sempre pela questão “quem manda em quem?”; de outro, e por conseguinte, entende o poder como sinônimo de violência (Id.: 54).
Arendt propõe retornar a uma outra tradição do pensamento político, qual seja, a greco-romana, que fundamenta o conceito de poder no consentimento e não na violência. Essa tradição alternativa pode ser encontrada na Cidade-Estado ateniense e na Roma antiga, pois tanto o conceito de “isonomia”, no primeiro caso, como o conceito de civitas, no segundo, trabalham com uma idéia de poder e de lei cuja essência não se assenta na relação de mando-obediência e não identifica o poder com o domínio (Id.:
34). Apesar de utilizarem o termo “obediência” – mas sempre obediência às leis em vez de aos homens - o que eles de fato queriam dizer era “apoio às leis para as quais os cidadãos haviam dado o seu consentimento” (p.34).
Desse modo, “poder”, em Arendt, refere-se sempre a uma relação de consentimento em que as instituições sustentam-se no “apoio do povo”.
O apoio do povo revela um traço importantíssimo do conceito de poder em Hannah Arendt, pois “esse apoio não é mais do que a continuação do consentimento que trouxe as leis à existência” (p.35). Sendo assim, descobrimos outro traço essencial do conceito arendtiano de poder: além de ser uma relação de consentimento, o poder está vinculado ao
“momento fundacional” de uma dada comunidade. O poder é o momento que traz as leis à existência, leis que retiram dessa ocorrência primitiva o consentimento que sustentará a manutenção futura das instituições. Por isso, lembra Arendt, todo governo depende de números, isto é, da opinião, enquanto que a violência pode operar em oposição a ambos. Conclui-se, assim, que “a forma extrema de

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