Cesare Battisti

Cesare Battisti nasceu na comuna italiana de Semoneta no ano de 1954 e durante sua infância teve contato com a doutrina marxista, partilhando de ideais revolucionários. Para Cossiri (2011) a história judicial de Battisti começou em meados dos anos de 1970, quando ele foi preso por diversas vezes na Itália por conta de furtos e roubos cometidos na região do Lazio. No início de 1978, Battisti estava cumprindo uma parte de sua pena na prisão de Udine, quando conheceu Henry Cavallina, ideólogo do PAC. Tal encontro foi decisivo para a transição de Battisti de criminoso comum para a luta armada de matriz terrorista. PAC significa Proletários Armados pelo Comunismo, e de acordo com Cossiri (2011) o grupo era uma organização terrorista de extrema esquerda que operou no norte da Itália no final dos anos 1970, com a finalidade de combater as

restrições de direitos fundamentais e o fortalecimento da repressão militar na Itália nos considerados anos de Chumbo¹. O PAC era um grupo fluído, sem hierarquia, que assaltava mais para garantir o sustento de seus militantes do que para incentivar a expropriação de capitalistas (CONTI, 2007). De acordo com Cossiri (2011), o PAC começou suas atividades criminosas com um assalto à agência dos Correios em Verona, na primavera de 1978. Em junho daquele mesmo ano, na sequência de uma emboscada, foi morto o marechal Santoro, comandante dos guardas na prisão de Udine. Em fevereiro de 1979, foi planejado e realizado o assassinato de dois comerciantes, o açougueiro Lino Sabbadin e o joalheiro Pierluigi Torregiani. Neste último episódio, também foi envolvido o filho de Torregiani, vítima de uma lesão grave permanente, resultante de um tiro disparado por seu pai durante o tiroteio. O último assassinato foi o do agente Digos Andrea Campanha, em abril de 1979. Naquele mesmo ano, uma operação policial antiterrorista prendeu dezenas de pessoas ligadas ao PAC, incluindo Battisti, tendo sido condenado a doze anos e dez meses de prisão. O mesmo não