Carta de Atenas
Existem duas cartas de Atenas e a principal diferença entre elas são os objetivos específicos que cada documento trás. A Carta de 1931 tem caráter orientador e coloca em pauta as principais preocupações encaradas naquele período: os aspectos legais, os técnico-construtivos e os princípios orientadores da ação de conservação. Já a Carta de 1933 trata das resoluções de um congresso reunido para debater e impulsionar os novos rumos para a cidade moderna e reflete a preocupação que se tinha em relação à arquitetura em um período de grande crescimento urbano.
O Movimento Moderno, ocorrido no período entre as duas Guerras Mundiais, potencializou o determinismo e confiança dos arquitetos da época, fazendo com que estes buscassem novas tecnologias além de confrontar as necessidades da população em geral. Redigido por Le Corbusier, a carta de 1933 sintetiza as conclusões do arquiteto a respeito do quarto congresso de arquitetura moderna (1933). O documento final foi fruto das discussões sobre a "cidade funcional", e praticamente definiu o conceito de urbanismo moderno, traçando diretrizes e fórmulas que, segundo os seus autores, seriam aplicáveis internacionalmente.
Dentro desse contexto, selecionamos três tópicos da Carta de Atenas para discorrer e aprofundar sobre.
Habitação:
Com a expansão industrial do século XIX, a densidade da população nas cidades cresceu intensamente, se fazendo necessária a construção de edifícios verticalizados. Mas os métodos construtivos da época permitiam construções de no máximo 6 pavimentos, que eram habitados de maneira inadequada, caracterizando os cortiços (lugares extremamente insalubres devido à falta de ventilação e insolação, além da alta densidade populacional). Aliado às péssimas condições de moradia, os centros das cidades, com ruas estreitas e a ausência de áreas verdes contribuía para deixar ainda mais precária a situação da população pobre, fato que levou a taxa de mortalidade a atingir 20 por cento.