Cardoso E Rossoni 2013 L Gicas Institucionais Neoliberalismo E Suas Implica Es No Processo De Privatiza O EnANPAD A

7070 palavras 29 páginas
Lógicas Institucionais, Neoliberalismo e suas Implicações no Processo de Privatização das Estatais Federais
Autoria: Alexandra Andrade de Almeida Cardoso, Luciano Rossoni

Resumo
Neste estudo, discutimos a questão das privatizações de empresas brasileiras estatais de capital aberto, cujo objetivo foi analisar como as lógicas institucionais condicionaram a transformação da política econômica do Estado brasileiro, no que se refere às privatizações, após a adoção do modelo neoliberal. Assim, à luz da teoria institucional, com enfoque nas lógicas institucionais, desenvolveu-se uma pesquisa documental, tendo como fonte os jornais
Gazeta Mercantil e Valor Econômico. O estudo mostrou que mesmo a lógica neoliberal ter dominado o debate no processo de privatização, ela foi conformada e condiciona por duas já enraizadas no sistema econômico-político nacional, que são a lógica desenvolvimentista e a lógica empresarial.

INTRODUÇÃO
O mundo capitalista assistiu nas três últimas décadas do século XX a ascensão do modelo neoliberal, que entrou na agenda dos países capitalistas do Ocidente como solução para os problemas que desencadearam a crise econômica que afetou o modelo de Estado intervencionista e de bem-estar social.
Para o modelo neoliberal, não é o capitalismo que está em crise, mas sim o Estado. A estratégia, portanto, é reformar o Estado ou diminuir sua atuação para superar essa crise. Sob essa lógica, é o mercado que deverá superar as falhas do Estado. Com efeito, a lógica do mercado deve prevalecer, inclusive no Estado, para que ele possa ser mais eficiente e produtivo. Este cenário abriu espaço para a implementação das políticas econômicas neoliberais, iniciando na Inglaterra com Margareth Tatcher (1979-1990), dando continuidade nos Estados
Unidos com Ronaldo Reagan (1981-1989) e se expandindo, na década de 1980, para todos os países do norte da Europa Ocidental, região do capitalismo avançado.
Na América Latina, enquanto alguns países como o Chile e o México

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