CARANDIRU2

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Resenha Crítica do Filme “Carandiru”

Carandiru conta a história de um médico (interpretado por Luiz Carlos Vasconcelos) que se propõe fazer um trabalho de prevenção à Aids no maior presídio da América Latina: a Casa de Detenção de São Paulo, mais conhecida como Carandiru. Lá, ele entra em contato com o que, aqui fora, a maioria das pessoas tem medo de imaginar: violência, superlotação, instalações precárias, falta de assistência médica e jurídica. Porém, o médico testemunha solidariedade, organização e uma grande disposição de viver. Ao contrário do que se possa imaginar, Carandiru é bem mais do que um filme sobre a prisão. Ele não fala apenas sobre a violência predominante dentro da cadeia ou sobre as injustiças da lei, nem mesmo é uma peça de acusação contra os detentos, muito pelo contrário, foca bastante o lado humano dos presos.
Recapitulando as partes primordiais do filme, grande parte da projeção concentra-se nos relatos de vários prisioneiros que cumpriam sentenças no complexo do Carandiru, em São Paulo. Necessariamente o roteiro deu conta dos casos que, contados ao médico Drauzio Varella, autor da obra, melhor se ajustassem à linguagem cinematográfica. E, no filme, não existe propriamente uma trama que sirva como fio condutor das histórias e do roteiro. Contudo, os expectadores sabem que o filme culmina no episódio de invasão do presídio. É nesse desfecho que se chega ao grande clímax: a brutalidade policial explode na tela. A se julgar pelo que se assiste, não se sabe bem como e por que ocorreu a sublevação que ganhou dimensão nacional e até mesmo internacional. Mais ainda, não há o desenvolvimento de um processo que, em ritmo crescente, explique a eclosão da trágica revolta. O cineasta pareceu querer flagrar a existência de um sistema que funciona na cadeia estadual com suas normas e “leis” próprias, assentando-se em uma impiedosa ética da violência.
Desse modo, quando ocorre a invasão policial, e consequentemente o massacre, os espectadores são

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