Capitulo iv do livro etica a nicomaco

456 palavras 2 páginas
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Dito que a vida é feita não só de atividade, mas também de repouso, o que inclui o lazer e entretenimento, existe uma espécie de intercambio que se relaciona com o bom gosto. A espécie de pessoa com quem falamos ou escutamos influi no caso do mesmo modo.
Aqueles que levam a jocosidade ao excesso são considerados bufões vulgares. Os que, porém, gracejam com bom gosto são chamados espirituosos – agudezas de espírito são consideradas movimentos de caráter.
Todavia, o lado ridículo das coisas está sempre se manifestando, e muitas pessoas são compradas com gracejos; por isso os próprios bufões são também chamados espirituosos, pois há quem os ache divertidos.
A disposição intermediaria também é caracterizada pelo tato. É próprio de um homem de tato dizer e escutar aquilo que é conveniente a uma pessoa digna e polida; com efeito, há coisas que um homem pode dizer e escutar a titulo de gracejo; e os gracejos de um homem polido diferem dos de um homem vulgar, do mesmo modo que os de uma pessoa instruída diferem dos de um ignorante.
O tipo de gracejo que um homem se disporá a escutar será o mesmo que se permite, pois aqueles que ele pode tolerar são os mesmos que gosta de fazer. Por conseguinte, há gracejos que esse homem nunca fará, pois o gracejo é uma espécie de insulto. O homem fino e bem-educado é portanto como o descrevemos, uma vez que ele mesmo é como uma espécie de lei para si próprio.
Alem do homem de tato, temos também:
• O chocarreiro que não consegue resistir a vontade de gracejar, e para isso não poupa nem a si nem aos outros;
• O rústico que em nada contribui e em tudo encontra o que censurar.

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A vergonha não deveria figurar entre as virtudes, pois se assemelha mais a um sentimento do que a uma disposição de caráter. Ela pode ser definida como uma espécie de medo da desonra.
O sentimento de vergonha não é adequado a todas as idades, mas somente a juventude, pois, os moços são sujeitos a envergonhar-se porque vivem pelos sentimentos e por

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