café em são paulo
O fenômeno da circulação é tão constante e de tão extraordinária importância, comercial e cultural, nas sociedades humanas, que parece residir a base de todo processo de civilização. Já Durkheim distinguia entre “densidade estática”, para significar o número de habitantes por quilômetro quadrado, e densidade dinâmica, mensurável pelo grau de intensidade das trocas econômicas e culturais entre os grupos humanos. Quando Ratzel formulou a sua teoria das migrações que não são outra coisa senão o conjunto dos movimentos em virtude dos quais as coletividades chegaram a grupar-se ou a distribuir-se sobre o solo em cada momento da história, não deixou de insistir sobre estes incessantes movimentos dos povos que nunca se detêm e não apresentam diferenças senão na natureza e na intensidade. Eles podem variar e, efetivamente, se diversificam segundo a natureza dos povos em movimento ou a forma particular de civilização, mas acusam sempre, nos seus avanços e nos seus recuos, a tendência fundamental de todas as sociedades a se deslocarem, quer para estenderem sua base geográfica, quer com o fim de procurarem novos meios de subsistência, quer ainda para se porem em contato e estabelerem comércio com outros ou outras sociedades dos mesmos grupos nacionais.Mas a cada um desses movimentos, migrátorios ou não, coletivos ou individuais, supõe um ponto de partida, um ponto de chegada e um caminho levando de um a outro.
Pelas via de comunicação, de qualquer tipo e natureza, não somente se realizam as trocas comerciais e econômicas; se provêm de recursos e gêneros alímenticios as populações urbanas, se estabelece a ligação entre os centros de consumo e os de produção, se atende as comunicações dos exércitos, ao transporte e abastecimento de tropas , como ao tráfico internacional dos viajantes, mas também se produz e se intensifica a propagação de idéias e de culturas diferentes, se fecundam as civilizações, umas pelas outras, e se realiza um alargamento progressivo do