Brincar é coisa séria
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"Por meio das brincadeiras a criança demonstra características que pode tentar esconder nas atitudes do dia-a-dia", alerta Elaine Elaine Prodócimo, professora da Faculdade de Educação Física da Unicamp que trabalha com crianças.
Por isso, é importante ficar atento a comportamentos na hora de dividir brinquedos, negociar regras, dar opiniões, expressar sentimentos ou convidar amigos para brincar. "Quando a criança apresentar dificuldade para socialização, como brigar, não querer dividir, chorar, emburrar e fazer chantagens, os pais devem descrever, brevemente e de maneira adequada, o que está acontecendo, solicitando alternativas para solução do conflito, ou propondo-as", orienta Talita Pereira Dias, mestranda em Psicologia na Universidade de São Carlos (Ufscar), que estuda problemas de comportamento infantil.
Jogos que ensinam- O momento de brincar é essencial para o desenvolvimento da criança. "O jogo intensifica o contato com o mundo e as ações da criança expressam sentimentos, desejos e valores que ela ainda não diz por relatos verbais", explica Giovana Del Prette, doutoranda em Psicologia pela USP, na área de terapia infantil. Todos os jogos e brincadeiras têm coisas boas a ensinar. "Jogos competitivos como Uno, Cara-a-Cara e Ludo mostram como lidar com regras e a desenvolver espírito esportivo. Outros, como Damas, Xadrez', 'Resta 1, Palavras Cruzadas e Detetive, estimulam o intelecto. Twister e Imagem e Ação exploram bastante a movimentação corporal", analisa Giovana. Utilizar sucata para construir brinquedos ajuda na criatividade e desenhar e inventar histórias estimulam a fantasia e a troca de papéis.
Uma ressalva feita pelo mestre em educação física pela Unesp e membro do Laboratório de Estudos em Psicologia do Esporte Rafael Kocian é sobre a atuação dos pais. "Muitas brincadeiras pedagogicamente corretas podem ser estragadas pela postura dos adultos presentes, enquanto