bibliografia

A saúde no sistema penitenciário: entre a punição e o cuidado

INTRODUÇÃO

O artigo traz reflexões abordando o tema, tratamento da tuberculose no sistema penitenciário, ponderando a atuação do psicólogo neste contexto. Apresenta estratégias de atendimento na interface entre direitos humanos e saúde pública num campo de intervenção complexo como o sistema penitenciário. Sugerindo um olhar sobre o campo penal que nos possibilita analisar o prescrito e o praticado, trazendo algumas contradições que ocorrem com os operadores da saúde e em seus projetos profissionais.

“Procuramos abordar o debate da fragilidade no acesso aos direitos básicos como extensão da pena, valor naturalizado no tratamento que o Estado Penal dispensa ao Homem preso.” (Pg.2).

A banalização da dor física é quase uma ideologia institucional que trata esse padecimento como parte da pena.
O cárcere que coabitamos
A máquina de moer direitos
“Crer que este mecanismo judicial punitivo funcione algum dia, sobretudo que tenha sucesso em sua finalidade de coibir crimes futuros, seria absolutamente ridículo, posto que tem servido exclusivamente para manter a seletividade do sistema jurídico penal.” (Pg.4).

A população não se dispõe a pensar sobre a prisão, observamos prontamente um distanciamento quando o tema surge nos debates públicos. A pouca capacidade de se afetar pode estar relacionada a uma naturalização da violência institucionalizada que acaba afastando o interesse, e leva a opinião pública a contestar de modo superficial as demandas penitenciárias.

“A produção do inimigo público, do estranhamento do outro, que não vive sob as mesmas condições estéticas, são produções subjetivas que afetam não somente o senso comum, mas parte importante dos homens que ocupam lugares de decisão nos poderes do Estado.” (Pg.4).

“Tais dispositivos jurídicos e policiais colocam as populações pobres à margem, negligenciando sua condição de sujeitos de