AUTORIAS NEGADA1

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AUTORIAS NEGADAS, SUJEITOS OCULTOS

Predomina uma sensação nas escolas de que pouco importam nossas lições aos alunos, às escolas, às famílias e à sociedade. Por aí apontam tantas análises sobre as crises de identidades docentes, quem sou eu se aos alunos não importa o que falo? A desvalorização não é tanto dos conhecimentos e das lições, estamos na sociedade do conhecimento. A desvalorização é dos jovens e adultos populares. Dos mestres das escolas públicas de maneira especial. Tentemos levantar alguns pontos para reflexão e ação. Podemos começar focando a escola e o sistema, os currículos e as políticas, se importam com quem fala? Com os sujeitos dos processos de ensinar-aprender? Esse não se importar será uma forma de negar suas autorias? De ocultar-nos como sujeitos? Muitos (as) professores (as) organizam oficinas e dias de estudo para aprofundar essas questões. Para melhor entender-se e fortalecer-se. Como esperar que nossas autorias sejam reconhecidas se não importamos como autores?

Não importa quem fala

A indiferença com o autor, com os sujeitos é uma característica dos currículos. Os sujeitos desaparecem, não têm espaço como sujeitos de experiências, de conhecimentos, de pensares, valores e culturas. Não se reconhece sua voz, nem sequer estão expostas as marcas de suas ausências. O que importa quem fala? Quem são os mestres que ensinarão os conhecimentos? Menos, ainda, o que importam aqueles que escutam, que aprenderão suas lições? Apenas interessam como alunos ou como professores do ritual único de ensinar-aprender-aprovar-reprovar. Eles e elas com seu nome próprio, sua identidade e trajetória humana próprias não interessam à pedagogia e aos currículos? Essa ausência dos sujeitos, seja como ponto de partida ou de chegada dos conhecimentos currículares, condiciona radicalmente o formato deste ou daquele desenho currícular, do material didático, do preparo e formato da aula e até das didáticas e metodologias. Empobrece os currículos de formação,

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