Augusto dos Anjos em Análise Expressionista

O expressionismo na poesia de Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos, paraibano, foi poeta e professor. Suas poesias entram em bastantes discussões acadêmicas sobre a classificação sobre a sua construção de narrativa. Iremos analisar as características que evidência o expressionismo em suas obras poéticas. O expressionismo tem como características: Atração pelo irracional, pelo demoníaco, o espírito caótico, o sentimento de desespero. Essas são algumas das definições segundo a Dra. Maria Heloisa Martins Dias. O expressionismo também tem como princípio uma desordem na forma de produção poética e de uma nova ordem, utilizando dos meios negativos para os positivos e Augusto dos Anjos utilizava de muitas palavras rudes para nos causar sensações agradáveis. Poema: Psicologia de um vencido.
“Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!”

Nesse poema, Augusto dos Anjos evidência algumas características expressionistas. A angustia do autor já começa sendo expressada que ele sofre desde ao nascer, derrubando a culpa sobre a astrologia e as crenças humanas no estudo sobre as estrelas. Logo na segunda estrofe ele já começa a usar palavras de uma expressão um pouco mais forte, retratando o que é aceito como feio, vulgar, agressivo e dilacerador. Tais palavras como: Ânsia; Verme; Podre; Carnificina. Esse poema tem todo um desenrolar mórbido, como o primeiro parágrafo inicial já nos sugere, quando o eu lírico não se encontra pertencente ao mundo, não só agora, mas desde