As Naus - Lobo Antunes

679 palavras 3 páginas
Introdução
A sociedade portuguesa baseia-se em mitos que explicam desde a sua formação os eventos mais importantes como participação em guerras, reinados, e principalmente o “domínio do mar”, como era para eles a atividade de maior prestigio, pois assim puderam ser potência mundial durante uma boa parte do tempo. Essa questão, já constante no imaginário da população acaba se tornando parte da identidade nacional, como destacam Grassi e Melo (2007) :

O facto da identidade cultural lidar com elaborações do passado (através da memória, fantasia, narrativa e mito) e, ao mesmo tempo, os grupos sociais necessitarem de preservar certas formulações como meio de se legitimarem politicamente fez com que as identidades culturais tenham sido historicamente concebidas como essência das sociedades em que se inseriam esses mesmos grupos, como algo estático ou ‘autêntico’, unidimensional.

Porém esta parte do imaginário mítico português têm sido alvo das principais críticas dos novos pensadores e escritores. Uma geração posterior à Revolução Industrial e também, anos depois, aos atos de descolonização dos últimos países que Portugal administrava politicamente. A partir desses fatos o povo português volta-se para a sua terra e percebe que em todos esses anos, olhando apenas para além dos limites territoriais, pensando em mar e conquista, Portugal permaneceu esquecido e abandonado. O fato mais recente e impactante para o país foi a descolonização de Angola, que era ainda a última colônia de Portugal até 1975. Este fato acarretou no retorno de mais de quinhentos mil portugueses ou descendentes destes ao seu país de origem, que ficaram conhecidos como “retornados”. Mas que ao chegaram em Lisboa tiveram um choque de realidade cultural. Podemos exemplificar com partes da entrevista de São José de Almeida feita ao site “Público” em abril de 2014 o depoimento do escritor Valter Hugo Mãe, nascido em Luanda do Sul, ao norte de Angola, ele conta que :

"Cresci com a

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