AS MANIFESTAÇÕES DO CAMPO, DA CIDADE E DO FANTÁSTICO EM THE MAN IN THE BLACK SUIT (STEPHEN KING)
5172 palavras
21 páginas
AS MANIFESTAÇÕES DO CAMPO, DA CIDADE E DO FANTÁSTICO EM THE MAN IN THE BLACK SUIT (STEPHEN KING)Belisa Neri Oliveira1
APRESENTAÇÃO
Neste estudo, pretendo fazer algumas considerações sobre as manifestações do campo e da cidade no conto The Man In The Black Suit, e de como ambos são “costurados” entre si pela característica fantástica da obra. Devo confessar que a realização deste trabalho não foi tarefa simples, posto que meu campo de pesquisa (linguística aplicada com ênfase em fonética e fonologia do inglês e português), a priori, não estabelece um diálogo com as áreas da literatura. Entretanto, tentei caracterizar este estudo como um ensaio multidisciplinar, utilizando-me do aspecto campo versus cidade já existente em minha pesquisa, pois ali justifico a necessidade dos habitantes de Catalão aprenderem a língua franca do atual mundo urbanizado. Há algumas décadas esta cidade deixou o conceito de “campo” para se tornar uma “cidade”, especialmente após a instalação das diversas multinacionais que aqui existem desde a década de 70. Na minha pesquisa original utilizei amplamente dois referenciais teóricos: “O campo e a cidade”, do inglês Raymond Williams (1990) e “Cidades e sertões”, do mato-grossense Gilmar Arruda (2000). Ambas as obras convergem nos aspectos que tangem a “imposição” da cidade por sobre os cenários naturais, mas divergem entre si na visão daquilo que é oposto à cidade. Enquanto Williams opta pelo termo campo, Arruda escolhe o termo sertão, e as diferenças vão além das nomenclaturas escolhidas. O primeiro autor é oriundo do interior da Inglaterra, e muitas das suas concepções do campestre remetem a uma infância ingênua e distante de uma realidade urbana e capitalista. Arruda não compartilha essa visão de mundano versus natural que Williams lança sobre a sociedade inglesa. Contrastando com o Brasil urbanizado está o mundo dos “grotões”, os “sertões”: o contraste é entre civilização versus barbárie. Em oposição às construções das cidades; onde