Artigo3

683 palavras 3 páginas
Ação afirmativa na Unicamp1
Leandro R. Tessler 2
O projeto de lei 73/99, que determina cotas raciais e para estudantes de escolas públicas em todas as universidades federais do país (Lei de Cotas), tem sido foco de acaloradas discussões nos últimos dias. Dois manifestos foram encaminhados ao Congresso, um contrário e um favorável a sua aprovação. Muitos dos inúmeros editoriais e artigos de opinião publicados em órgãos da imprensa só fazem radicalizar cada vez mais a discussão, sem que novas idéias apareçam ou se evolua para um consenso.
Cada um dos manifestos argumenta como se as únicas opções possíveis de ação afirmativa fossem cotas, e que elas deveriam ser impostas por uma lei federal. O manifesto anti-cotas critica fortemente a adoção imposta de identidades raciais e é favoráve l a políticas universalistas, pois almeja um país de oportunidades iguais para todos. Os defensores das cotas apontam a necessidade de políticas de ação afirmativa focalizadas em grupos historicamente excluídos para a construção de uma sociedade mais igual e, portanto, concluem pela necessidade urgente da adoção de cotas.
O manifesto anti-cotas erra ao supor que somente políticas universalistas podem reduzir as desigualdades que afligem grupos socialmente minorizados. Isso não corresponde a experiências adotadas em diversos países. O manifesto pró-cotas erra ao confundir políticas afirmativas com cotas e confunde ao afirmar que o rendimento acadêmico dos cotistas é, em geral, igual ou superior ao rendimento dos alunos que entraram pelo sistema universal. Todos os dados já divulgados em relação a cotistas revelam um desempenho médio inferior aos demais estudantes. O único programa de ação afirmativa na universidade brasileira em que os beneficiados apresentam um desempenho superior aos demais estudantes é o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS) da Unicamp, um programa sem cotas.
Instituir cotas é uma entre muitas possíveis formas de ação afirmativa. Na ve rdade, uma forma

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