ARTIGO FISIOLOGIA DOEN AS PSICOSSOM TICAS

Introdução
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida para a disciplina de Fisiologia dos Processos Básicos, do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). O objetivo da disciplina é o de analisar os fenômenos psicológicos considerando suas interfaces com os processos reguladores da vida biológica e com os mecanismos sócio culturais que estruturam a vida humana em coletividade. O objetivo geral desta pesquisa é por meio de entrevistas, construir um saber sobre as doenças psicossomáticas relacionando-as com os modelos de atenção à saúde. Os relatos dos dois profissionais que tenham experiência com o contexto, sendo eles um psicólogo e um profissional da saúde não psicólogo, terão como finalidade apreender qual modelo, biomédico ou biopsicossocial é predominante na prática profissional, e partindo desse ponto, comparar, confrontar e analisar as informações coletadas.
Segundo Angerami-Camon (2002), psicossomática é concomitantemente uma filosofia por definir um conceito humano e uma ciência que tem como objeto os processos de interação entre as dimensões mental e corporal do indivíduo, estando estendida também a dimensão contextual. Como enfermidade pode ser caracterizada como "doenças determinadas, agravadas ou desencadeadas por razões emocionais, com presença de alterações orgânicas constatáveis (asma, hipertensão, dermatites, diabetes etc)" (BALLONNE, ORTOLANI, 2007, p.180).
A evolução do conceito de psicossomática sucedeu-se em etapas. De acordo com Mello Filho (2002), a primeira, nomeada de fase inicial ou psicanalítica, sob a luz da teoria psicanalítica de Freud, se voltou principalmente para os estudos da origem inconsciente das doenças, das teorias da regressão e dos ganhos secundários da enfermidade.
Em primeiro lugar é preciso lembrar que, segundo Násio (1993), Freud não utilizou o termo psicossomática. Essa expressão incorporou-se à linguagem a partir do discurso médico, remetendo a uma noção já bem restrita